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Teatro e feminismo

Escrito por José Valmei Bueno | Publicado: Quinta, 26 de Setembro de 2019, 08h08 | Última atualização em Segunda, 14 de Outubro de 2019, 07h33
Atores da Oficina de Teatro de Ouro Fino (MG) apresentam comédia "Trair e Coçar é só Começar".
Atores da Oficina de Teatro de Ouro Fino (MG) apresentam comédia "Trair e Coçar é só Começar".

Teatro e debate sobre feminismo são os destaques do 3º dia da Semana Cultural e das Diferenças

Apresentação de espetáculo teatral e Tertúlias Feministas integraram a programação do 3º dia da Semana Cultural e das Diferenças no Campus Inconfidentes, nesta quarta-feira, 25.

Espetáculo Teatral

Teatro matériaÀ noite, o Salão Social do campus ficou lotado de servidores e estudantes para assistirem à peça teatral “Trair e Coçar é só Começar”. Apesar da chuva, uma longa fila se formou para conseguir um lugar para assistir à peça. De autoria de Marcos Caruso, o espetáculo é uma crítica social. A estória se desenvolve em torno da personagem Olímpia, uma confusa e intrometida empregada que trabalha em um condomínio de classe média alta. A comédia gira em torno de confusões e hipóteses de adultérios.

De acordo com a diretora da peça, Adrina Pennacchi, a estória é uma crítica social. “Mostra que a diferença social pode levar os subordinados a querer tirar vantagens de algumas situações”, contou Adriana. Os 9 atores envolvidos no espetáculo são formados pela Escola de Iniciação Teatral da prefeitura de Ouro Fino que há 21 anos apresentam teatro amador na região. É a terceira vez que o grupo apresenta a comédia. “É muito bom a experiência de um novo público”, avaliou a diretora do teatro.

A peça “Trair e Coçar e só Começar” acumula números robustos. Ela já teve mais de 9 mil apresentações por diferentes grupos pelo país, 4 indicações ao Guiness Book e mais de 6 milhões de espectadores.

Tertúlias Feministas

O objetivo das Tertúlias foi debater um texto sobre feminismo. Para isso, foi escolhido um conto do livro “Olhos d’Água”, de autoria de Conceição Evaristo. O texto aborda a pobreza e a violência urbana que acometeram a autora. Evaristo incorpora a poesia à ficção.

Tertúlias FeministasSegundo a Diretora de Arte e Cultura do Grêmio Estudantil "Voz Ativa", Ana Tereza Silva Martins, o texto debatido trata de temas como meritocracia, pobreza, racismo, feminismo e masculinidade tóxica. “É um texto bastante forte porque mostra uma realidade brasileira antiga e atual, como o privilégio das mulheres brancas sobre as mulheres negras e a violência contra elas”, explicou a aluna do Curso Técnico em Alimentos, destacando que a autora era uma mulher negra e pobre e conseguiu se impor no mercado de trabalho por meio do estudo.O Grémio foi o organizador do evento.

Conceição Evaristo nasceu em Belo Horizonte, em 1946. De origem humilde, migrou para o Rio de Janeiro na década de 1970. Graduada em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), trabalhou como professora da rede pública de ensino da capital fluminense. É Doutora em Literatura Comparada na Universidade Federal Fluminense, com a tese Poemas malungos, cânticos irmãos. Evaristo é participante ativa dos movimentos de valorização da cultura negra no Brasil. A escritora estreou na literatura em 1990, quando passou a publicar contos e poemas. “Ela saiu da favela e aproveitou as oportunidades para mostrar o sofrimento das mulheres negras para o mundo, por meio da poesia”, concluiu Ana Tereza.

Confira as imagens (Espetáculo Teatral)

Confira as imagens (Tertúlias Feministas - Fotos: Luiz Gusthavo Taveira )


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