Reverência à ancestralidade
Grupo UBUNTU, do Campus Inconfidentes, promove o evento “Raízes Afro-Brasileiras”
O grupo UBUNTU, do Campus Inconfidentes, realizou nos dias 17 e 18 de novembro o evento “Raízes Afro-Brasileiras”, uma celebração dedicada ao reconhecimento, à valorização e à difusão dos saberes afro-brasileiros. A programação reuniu estudantes, servidores e membros da comunidade em torno de atividades formativas, culturais e reflexivas.
O organizador do evento, Braion Henrique Alves, estudante do curso de Engenharia Ambiental, destacou a importância da iniciativa.
“Esse evento tem como propósito valorizar os saberes afro-brasileiros por meio da educação, da arte, da espiritualidade e da cultura, reconhecendo a profunda contribuição dos povos africanos e afrodescendentes na formação do Brasil”, explicou.
Abertura marcada por arte e ancestralidade
A abertura contou com o Ato Cultural “Sem folha, Sem vida”, que reintroduziu elementos simbólicos da ancestralidade afro-brasileira e preparou o público para um mergulho profundo nas raízes culturais que fundamentaram a proposta do encontro.
Logo em seguida, aconteceu a Palestra MAGMA, conduzida por Mãe Ana de Oyá, que abordou o tema “Espiritualidade Afro-Brasileira e Educação: Saberes que Curam e Ensinam”. A fala uniu reflexão, vivência religiosa e trajetória pedagógica, reforçando o papel da espiritualidade como elemento estruturante da identidade e da resistência negra no Brasil.
O grupo também promoveu um momento de reflexão sobre o sentido da palavra Ubuntu – “Eu sou porque nós somos”, destacando o conceito como base para relações mais humanas, solidárias e comunitárias.
Oficinas e vivências
Diversas oficinas enriqueceram o evento, oferecendo experiências práticas e imersivas. Entre elas:
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Oficina de Ervas: Saberes de Cura e Proteção
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Oficina “Afrofuturismo: Imaginar o amanhã com os pés na tradição”
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Oficina de Capoeira e Musicalidade: “Axé e resistência – Cantigas e Oralidade”
O primeiro dia encerrou-se com a Mesa-Redonda “Militarização e Racismo Institucional”, que contou com a participação do historiador Marcus Marcusso e da administradora Lúcia Helena da Silva. Os convidados discutiram as diversas formas de expressão do racismo nas instituições e os impactos da militarização sobre a população negra.
Segundo dia: identidade, estética e resistência
A programação do dia 18 trouxe novas vivências, começando pela Oficina de Tranças e Identidade – “O Corpo como Manifesto Político”, em que participantes puderam compreender a potência estética e histórica das tranças como símbolo de resistência e afirmação.
Também integrou as atividades a oficina de lambe-lambe “A casa é palco de luta”, que trabalhou a linguagem visual como ferramenta de expressão política e cultural.
Um espaço de fortalecimento coletivo
Ao final do evento, Braion avaliou a experiência como um marco de resistência no campus.
“Sinto que fizemos o que sabemos fazer de melhor: tecemos saberes coletivos a partir das vivências, da educação e da política. Foi um espaço onde nossa força se reconheceu e se multiplicou, onde cada voz somou para construir caminhos de pertencimento, consciência e transformação”, afirmou o organizador.
O evento “Raízes Afro-Brasileiras” reafirmou o compromisso do grupo UBUNTU com a valorização da cultura afro-brasileira e com a construção de espaços educativos plurais, críticos e profundamente conectados às raízes que estruturam a identidade do povo brasileiro.
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