Reinventando
Frente a contingenciamento financeiro, grupo de alunos decide ajudar na manutenção da fazenda
Num cenário de contingenciamento dos recursos públicos para a manutenção das escolas federais, um grupo de estudantes do Campus Inconfidentes resolveu colocar a "mão na massa" e trabalhar na manutenção dos setores da Fazenda Escola.
Com o objetivo de realizar mutirões nos setores com mão de obra defasada, alunos se prontificaram a ajudar. “É muito satisfatório poder fazer algo pelo campus que tanto nos oferece. A gente pode ajudar e isso é muito bom”, disse a aluna Thainá Larissa dos Santos Silva, do 4º período do Curso de Engenharia Agronômica. “Muitos setores estão necessitando de apoio, manutenção ou manejo adequado, e o prosseguimento dessas atividades é o que mantém nossa instituição de ensino”, completou a estudante que também é presidente do Centro Acadêmico e também foi aluna do curso Técnico em Agropecuária.
Aprender fazendo
Uma vez por semana, 20 voluntários dos cursos de Engenharia Agronômica e de Gestão Ambiental visitam os setores da fazenda para realizar trabalhos relacionados ao conteúdo das disciplinas, sob a orientação dos responsáveis pelos setores. A mobilização é uma iniciativa do grupo CAEACAM – Centro Acadêmico de Engenharia Agronômica Carlos Magno e conta com o apoio da direção geral.
Nos primeiros dias de trabalho, os alunos procederam à manutenção do viveiro de café. Intervenções de limpeza do bananal com a retirada de folhas e poda também já foram realizadas. Durante o semestre, as atividades se expandirão para os setores de cafeicultura, suinocultura, bovinocultura de corte e de leite e cunicultura, de acordo com um cronograma.
Pensar "porque" se faz
O mutirão, mais do que atividade mecânica, desperta o conhecimento e a reflexão dos alunos frente aos trabalhos práticos. Esta é a opinião do Coordenador Geral de Produção e Desenvolvimento substituto, Silvério Vasconcelos Braga, segundo o qual a ação agrega conhecimento aos estudantes. “Eles fazem e aprendem o porque estão fazendo”, explicou Silvério, destacando que a iniciativa não é apenas trabalho braçal, mas reflexivo. “Orientamos os estudantes a melhor maneira e as razões de se fazer um manejo”, completou Vasconcelos.
As atividades contam com a orientação de professores e os estudantes do Campus Inconfidentes usam os horários vagos de aulas para desempenhar as intervenções. “Esta iniciativa expressa a capacidade de reinvenção de nosso campus frente a um cenário econômico adverso. Ver a comunidade abraçando os desafios do IFSULDEMINAS nos motiva ainda mais para o trabalho”, comentou o diretor-geral do Campus Inconfidentes, professor Luiz Flávio Reis Fernandes.
Confira as imagens (Fotos: CAEACAM)
Comentários
Ao ver a iniciativa dos estudantes tentando de alguma forma viabilizar as atividades dos projetos agropecuários, rememorei uma prática já realizada nas "antigas" Escolas Agrícolas, depois Agrotécnicas, da COAGRI, em que o acompanhamento do dia a dia da Fazenda-Escola constava do processo de ensino-aprendizagem. O lema "aprender a fazer e fazer para aprender" norteava todas as ações do Sistema Escola-Fazenda, em que pesasse críticas ao modelo, numa constante interação entre os professores, técnicos e estudantes, com imersão na realidade onde estavam inseridos. Foi um momento em que o Ensino Agrícola ganhou força e se consolidou no país, permitindo uma formação integral daqueles que nele ingressavam, alavancando o que viria a ser as EAFs e, posteriormente, os IFs.
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