Mais descoberta
Cientistas do IFSULDEMINAS e do IFMG anunciam descoberta de 6ª espécie de Libélula
Depois de 18 meses de pesquisas envolvendo coleta em campo e comparações com animais já descobertos, cientistas do IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes e do Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Bambuí anunciaram o encontro de uma nova espécie de Libélula. Esta é a sexta espécie descoberta, desde 2013.
O animal, até então não catalogado pela ciência, foi encontrado no Parque Nacional Grande Sertão Veredas, no município de Chapada Gaúcha, região norte do Estado de Minas Gerais.
A espécie faz parte do gênero “Argia”. Por isso, ganhou o nome de “Argia Sertaneja”, uma homenagem ao sertão brasileiro. “A diferença desta para outras espécies do gênero Argia reside nessas estruturas: morfologia alargada dos cercos dos machos, lobo posterior do protórax e lobos mesostigmais das fêmeas”, explicou o professor de Biologia do IFSULDEMINAS, professor Marcos Magalhães, um dos coordenadores da pesquisa.
O bicho foi coletado em 2023. O trabalho integra um projeto de conservação da biodiversidade do Cerrado brasileiro. “O material foi coletado por mim, professor Gabriel Jacques e estagiários. Contamos com o apoio do professor visitante do Campus Inconfidentes, Diogo Silva Vilela para identificação da espécie. Por comparação com outras espécies, através do que chamamos de Chaves Dicotômicas detectamos ser uma nova espécie”, completou Magalhães, destacando que um artigo sobre a Libélula foi elaborado e publicado por uma revista científica.
Descoberta é atestada por Universidade dos EUA
Todo material elaborado na pesquisa foi enviado ao cientista da Florida State Collection of Arthropods, Rosser Garriso, da cidade de Sacramento, California, nos Estados Unidos. Ele confirmou se tratar de uma nova espécie. “Essa descoberta para a Ciência mostra que há muito a ser estudado e compreendido, particularmente o Cerrado e a Caatinga, portanto é importante conservá-los. Não é possível que mais áreas desses biomas sejam substituídas por pasto, plantio de soja e carvoaria”, alertou professor Marcos Magalhães, evidenciando a importância das Unidades de Conservação, como o Parque Nacional Grande Sertão Veredas.
As libélulas são predadoras e assim como também são presas de outros animais. “Elas são relevantes das cadeias alimentares de diversos ecossistemas terrestres. Muitas espécies também podem ser utilizadas para monitorar os ambientes aquáticos e de florestas, e assim avaliar possíveis alterações desses ambientes”, explicou Marcos Magalhães sobre a importância que eles animais têm no ecosistema.
O grupo de pesquisadores tem obtido resultados importantes na área de descoberta de novas libélulas. Antes desta, já foram encontradas outras três espécies no município de Barroso (MG), uma no município de Gonçalves e Duas no Parque Nacional Grande Sertão Veredas.
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